Enquanto durar

Não passei algum dia dos namorados digno de se chamar dia, nem sem alguém para falar que passei sozinho.Não se resume em amor, se explica com paixão, acontece porque o corpo manda, porque o toque é amante e deveria durar.

Mesmo que você seja daquelas que esperam um amor que dilacera corações, prefiro compartilhar minha vontade de querer estar com você e dizer mentiras que fazem do momento um detalhe do crime que espero cometer. Você pode ser do tipo que espera, mas o que se quer é o abraço que só ela tem. Daqueles que tudo parece estar bem e você começa a disfarçar o amargo da dor que se mistura com algo que não pode ir mais pra frente. 

Mudam-se os ciclos e o tempo novamente corta feito uma faca porque desta vez ele vai querer algo mais. 

Mais do que doces mentiras, mais do que perca de controle entre abraços e sensações de queda. O que se quer é aquele beijo na rua no meio da noite que não seja criminoso mas cúmplice de um caso que nenhum dos dois sabe onde vai dar.

Meu eu me diz que deve pensar em como é bom ser amante e deixar que o toque explique a mais óbvia das intensões de desejo e loucura que preciso sentir quando fico do seu lado. Loucura que me faz ligar, deixar de lado a diferença e modificar o eu orgulhoso que não quer passar do limite. A verdade é que ele nunca existiu, meu limite é onde a história começa e ponto.  

Deveria durar já que minha única polícia é a paixão que entrou pela porta na mesma hora que a razão pulou da janela. Meu desejo não é sequer testemunha, da vida que me alerta sempre experiente e me tira as palavras da hora certa. Não encontro a hora certa porque nunca foi ela a responsável por me fazer querer você aqui do meu lado.

Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, quero rir do ridículo e me entrego porque tenho vontade, eu gosto e não quero motivos.